segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pelas "dunas" de Jaisalmer (10-12 Agosto 09)






















Apos a viagem inesquecivel que tivemos de comboio, a qual o Didi Pedro ja vos contou, la chegamos a estacao de Jaisalmer. Ainda no comboio, mesmo no final da viagem, mais um indiano vem meter conversa connosco... As conversas que os indianos tem com os estrangeiros resumem-se ao seguinte: Primeiro fazem as perguntas basicas que parecem mostrar um interesse genuino e as quais ja quase que respondemos por antecipacao: "De que pais sao?", "como se chamam?", "o que fazem?" e "ha quanto tempo na india?". Posto isto, demora cerca de 3 a 5 minutos ate nos proporem qualquer coisa, desde um alojamento num hotel qualquer, uma ida a loja de tecidos ou artefactos, um restaurante (" good food and very clean") e, por fim, haxixe.
Fazem isto sempre com vista a comissao que recebem das lojas caso aceitarmos ir com eles..
Neste caso o simpatico indiano, de seu nome Shati, propoe-nos estadia no seu fabuloso hotel por meras 150 rupias o quarto por noite, mostrando-nos ate um panfleto todo catita que trazia consigo. Acabamos por ir com ele para o hotel Bharwana, que afinal ate nem era assim tao mauzinho (tendo em conta o preco, que acabamos por regatear por 120 rupias a noite, o que da menos de 2 euros pelos 3).
Foi atraves do hotel que marcamos o tao esperado safari no deserto, dois dias e uma noite com tudo incluido (leia-se umas garrafas de agua que iam ficando bem quentinhas com o sol a dar-lhes em cima ao longo do dia, umas bananas e uma manga compradas a pressao antes de sairmos, comida vegetariana feita pelo guia que ate nem era ma de todo, cobertores para a noite e um camelo para cada um).
Passados o resto do dia em Jaisalmer, que basicamente se resume a um forte bastante imponente, e partimos no dia seguinte em direccao ao deserto.

Andar de camelo e giro.. imaginamos que somos o Lawrence da Arabia numa das grandes caravanas que atravessam o deserto durante dias, vendo apenas areia e ceu ..Isto nas duas primeiras horas... Depressa nos apercebemos que as dunas iam tardar a aparecer, dado que atravessavamos planicies, de areia e certo, mas com bastante vegetacao e varios rebanhos de cabras. O resto resume-se a dores no rabo, nas coxas e muita sede...

Os nossos estimados guias, Baba e um rapaz de 13-14 anos, levaram-nos ainda a algumas aldeias no meio do nada, nas quais os aldeoes nos olhavam com curiosidade, principalmente as criancas que nos acenavam e gritavam "namastai". Foi interessante passarmos por aquelas aldeias, tao distantes e desligadas do nosso mundo ocidental. Como a vivencia naqueles locais nos parece tao impossivel...No meio do percurso paramos ainda para almocar..

Ao final do dia alcancamos entao as dunas. Curiosamente, esperava-nos um vendedor de coca-colas e sprites "fresquinhas" que logo surgiu mal "estacionamos" o camelo. Sedentos como estavamos e com um saco cheio de garrafas de agua quentes, la abrimos os cordoes a bolsa.. Que venham as coca-colinhas indianas..e para os guias tambem taditos..

Vimos entao o por do sol nas dunas, uma imagem realmente magnifica e inagualavel e rebolamos um bocadinho pelas encostas de areia como criancas que somos...:)

De seguida, jantamos umas batatinhas "dal", arroz e "naan" (pao). O Baba ficou triste por comermos "very little little" mas de facto nem tinhamos muita fome...a sede e que era pior e logo pusemos as garrafas de agua espalhadas pela areia a espera que o frio da noite as arrefecesse.. Outra curiosidade desta estadia no deserto foi ver como o rapaz guia lavava os pratos de aluminio onde comiamos, com a areia do deserto e com umas gotinhas de agua..espantoso... imagino o que seremos capazes de poupar em fairy ou super pop limao quando chegarmos a lisboa..

As caminhas que nos estavam destinadas para pernoitar eram dos mais basico possivel, mas com os cobertores em cima, ate se tornavam relativamente confortaveis.. Pudemos ainda conversar um pouco com os guias sobre as suas vidas. O Baba faz safaris de camelos ha 10 anos e recebe umas miseras 2000 rupias por mes, tendo em conta que cada um de nos pagou 1500 rupias pelo safari.. (mais outra situacao em que devemos ter sido roubados...)

A noite no deserto foi mais uma experiencia enriquecedora.. sob as estrelas do ceu acabamos por fazer uma tertulia no deserto... falamos durante horas deitados nas caminhas sobre tudo um pouco: a faculdade, politica, viagens, india, amores, desamores, portugal, "gaijas" e sobre o futuro ... Nao necessariamente por esta ordem.. Deixamos a mente divagar erraticamente enquanto contavamos as estrelas cadentes que passavam...Estavamos a 20 km da fronteira com o Paquistao, sem nada a nossa volta, sendo a unica luz a da lua.. Foi um momento para saborear, vivenciar.. e por isso dormimos muito pouco tempo (com excepcao do dioguinho que ferra o olho em tudo o que e canto)... nem deixamos dormir os coitados dos guias..

Na manha seguinte, depois de um "xai" (cha) quentinho, montamos de novo nos nossos camelos por mais cerca de 4 horas ate ao local onde o jipe nos vinha buscar.. Podiamos ter andado mais umas horas, mas as dores no rabinho e nas coxas e dado que ja se tornava mais do mesmo decidimos ficar por ali..

De volta a jaisalmer, depois de uma banhoca bem necessaria, uma lavagem de dentes mandatoria e uma lavagem de t-shirts com sabao azul e branco imperiosa, fomos passear por mais um bocado na cidade. Paramos em mais um rooftop dum restaurante local onde acabamos por conhecer um grupo de franceses, sendo que um falava brasileiro. iam ficar um meses na india a estudar... corajosos...Mais tarde, ainda no mesmo restaurante conhecemos dois portugueses que tambem passeavam pela india mas em "sentido inverso".

Depois de um suminho de manga natural ao por do sol e de mais uma fuga a um vendedor de tunicas (que se auto intitulava de Al Pacino de Jaisalmer), acabamos por cear num ristorante italiano com empregados chineses e um dono indiano (a multiculturalidade da india a fazer-se notar..). Apos uma bela pasta, seguimos para o autocarro com boleia do jipe do hotel que supostamente seria gratuita. Mal paramos ao pe do autocarro ja o condutor nos pedia 30 rupias pelo transporte. A mesma quantia pedia o pica do autocarro para por as malas na bagageira. A primeira nao cedemos enquanto que a segunda teve de ser...

O autocarro transportar-nos-ia para Jodhpur, onde ficamos apenas umas horas na estacao, numa "limpa" sala de espera.. As 9 da matina apanhamos o comboio para Agra em busca das "samosas" perdidas, que e como quem diz a procura de novas aventuras...












3 comentários:

  1. ola Diogo esperamos que esteja a correr tudo bem.Gosta-mos muito de ler o que escreveste.Muitos bj da Madrinha Monica.vao para as Corgas(isto foi o padrinho que escreveu)Bj tambem da Telma e do Tiago

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  2. é interessante ver como é 'romantiquissima' a combinação de vocês e o deserto..

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  3. A foto do simão e do por do sol é muito profunda... O Diogo parece que vai desfalecer no comboio... E o Bilé, se não fosse pelo look ocidental e a mala da eastpak, passava bem por um monheca/chamuscado/... lolol

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